15/08/2015

A Lenda de Ruff Ghanor

O Garoto-Cabra é o primeiro livro de uma trilogia, a ideia da estória surgiu em cima da aventura narrada no NerdCast Especial de RPG do site Jovem Nerd, os outros livros da série ainda não foram lançados.
Foto retirada do meu Instagram
Ruff é uma criança com um passado misteriosos e um poder letal, foi achado e acolhido por monges devotos de São Arnaldo, um santo conhecido por amar e proteger os pobres e desafortunados. O prior do monastério percebeu em Ruff o potencial de ser capaz de enfrentar o tirano do reino e com sorte, ou benção dos deuses, matá-lo.
Zamir é um dragão tirano e feroz que mantém as aldeias sob seu domínio por meio de atitudes cruéis para que não se rebelem. Sempre mandando seus soldados humanóides para recolher altos impostos e levar homens e mulheres como escravos; se alguma aldeia não segue as regras ou tenta uma revolta, Zamir, sem piedade, manda que a aldeia seja quase completamente destruída, e em alguns casos ela acaba sendo totalmente  aniquilada.
O Prior então resolve treinar e preparar Ruff para essa missão, toda e qualquer ação que Ruff terá será apenas para cumprir esse dever, já que ele é o predestinado, o escolhido e abençoado por São Arnaldo. Será que ele será capaz de alcançar o que teoricamente é o seu destino?

(Não sei se vou conseguir falar sem dar informações importantes do enredo por isso se você não gosta de spoilers não leia depois da imagem de aviso que vou colocar mais abaixo.)

Primeiras Impressões

Eu posso dizer que "ajudei" na criação do Ruff Ghanor; ouço o NerdCast há muitos anos e acompanhei os especiais de RPG, compartilhei, comentei, e depois comprei o Guia Ilustrado da aventura. Quando lançaram o livro do mesmo universo, compramos na mesma semana pois sabíamos que ele se esgotaria rápido, e ao mesmo tempo queríamos muito ter a primeira edição.


Estava muito ansiosa para ler esse livro e ao mesmo tempo muito temerosa também, os dois pelo mesmo motivo: por causa das críticas super positivas que ele recebeu dos leitores e... porque o meu marido simplesmente o adorou! O Nandu e eu somos conhecidos por não termos exatamente o mesmo gosto para músicas, jogos, filmes, livros e hobbies; nos damos muito bem sendo pólos opostos e são raros os momentos que gostamos muito da mesma coisa.

Quando presenteei o Felipe com o livro fiz apenas um pedido, quase uma exigência: que ele me avisasse com antecedência quando fosse ler para que lêssemos ao mesmo tempo, isso me daria o incentivo necessário para lê-lo. A surpresa foi grande quando vi que a leitura é leve, gostosa, em 2 dias já o tinha terminado.

Venho ressaltar que o Leonel Caldela simplesmente foi um gênio. Ele conseguiu fazer com que a narrativa fossem empolgante, as descrições dos ambientes e das batalhas fossem claras, envolventes e que não ficasse entediante, (ele tem as características de um ótimo mestre de RPG). O Nandu falou uma coisa que eu concordei totalmente, enquanto eu lia, me sentia entre amigos, ouvindo o mestre narrar a história e vendo os meus companheiros tomando as decisões enquanto jogavam. Gostei muito de como ele criou e desenvolveu a personalidade do Ruff, do Korin e do Prior. Foi muito tocante ver o crescimento do garoto Ruff, ver ele sendo duramente treinado até o momento de ter que tomar suas próprias decisões. Quem gosta de estórias medievais e RPG vai adorar.

Se ficou curioso, eu recomendo também os NerdCasts de RPG, clica nos links abaixo pra se divertir muito com essa aventura.

NerdCast 435 - Criação de mundos - Apresentação do livro - A Lenda de Ruff Ghanor
NerdCast 251 - Especial de RPG - O bruxo, a princesa e o dragão
NerdCast 291 - Especial de RPG - O duque, a rosa e o beholder
NerdCast 341 - Especial de RPG - O corvo, a periguete e o bucentauro





Foi impressionante a quantidade de pessoas que disseram que suas cabeças explodiram com o final do livro, eu não tive essa explosão, na verdade matei a charada algumas páginas antes do final. Talvez por conta de um comentário que me fez aguardar a grande revelação ou porque eu, como jogadora de RPG, pude perceber para onde a estória estava se encaminhando. O livro não tem um Plot Twist ou um jogo de esconde-esconde com as pistas falsas e verdadeiras, todos os indícios estavam ali, desde o primeiro capítulo. Ele estava te convidando a participar da brincadeira de imaginação ao invés de tentar te enganar, te fazer acreditar numa coisa para depois virar e falar: "Ahá! Te peguei!"

No começo eu estava pronta para procurar as pistas escondidas, aquelas que realmente fariam a diferença, e depois que a Áxia tomou um rumo que eu não queria aí fiquei me apegando ainda mais nisso, esperando que eu estivesse enganada e que a revelação dos motivos seriam diferentes do óbvio. (Mas lógico que isso não aconteceu...) Então os verdadeiros mistérios ficaram com: "Quem era o verdadeiro Ruff Ghanor e como, ou se, ele destruiria o dragão". Se prestar atenção as respostas estão sendo contadas para você e a primeira que pensar será a correta. Eu na verdade perdi bastante tempo imaginando as teorias mais complexas e loucas, e talvez toda magia e genialidade do livro esteja exatamente nessa simplicidade.

Sabe quem me surpreendeu? O Prior. Eu não consegui imaginar o que ele era, os seus motivos, o objetivo e por que ele estava ali naquele mosteiro. Esse personagem foi uma surpresa agradável, a história dele foi muito foda, gostei muito, mas muito mesmo, tanto que hoje eu gostaria que ela tivesse sido até mais trabalhada, mais detalhada. =D Outro personagem que eu gostei bastante e espero que nos futuros livros ele tenha mais destaque é o Korin, o que faz o Ruff ser mais humano, é o contra ponto do herói.

Só tenho duas ressalvas com o livro: em alguns momentos, no começo, a narrativa de repente dava um salto no tempo anos à frente, em alguns desses momentos senti que o corte foi muito abrupto. Num momento ele estava narrando uma determinada passagem da vida do Ruff, então se finalizava esse período inesperadamente, e logo já acontecia a passagem de tempo... (Nesses momentos fiquei com a sensação de que estava faltando alguma coisa.) O segundo é que nos últimos capítulos senti que a narração ficou corrida, com uma urgência para se chegar no momento crucial, que não senti nos capítulos anteriores. Aconteceu tanta coisa nos últimos momentos, e foi explorado tão superficialmente, tudo se resolveu quase num piscar de olhos. Senti falta do cuidado de fazer com que a gente percebesse a passagem de tempo, o preparo para o ataque, as estratégias e principalmente senti falta da exploração da inteligência e maturidade dele, afinal, porque ele foi obrigado a ler tantos livros, falar tantas línguas se essa característica não foi explorada?

Mesmo com essas ressalvas eu achei o livro muito bom, muito envolvente, vale muito a pena ler. Falar mais do que isso é contar todo o livro e isso estragaria a magia. Rsrs Agora é esperar os próximos volumes... Ansiedade master para conhecer o final da aventura. \o/


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