01/03/2016

Que Tal Aquela Partida de RPG?

Não é de hoje que me aventuro nessa dose de fantasia chamada de RPG, tem pelo menos 14 anos que fui apresentada a esse mundo de criatividade e a interpretação de um personagem. Minha primeira aventura foi no mundo de Tormenta, que por sinal gostava muito, e foi dessa época que surgiu o Alanna que carrego até hoje, mas a memória não me ajuda a lembrar do sistema usado no jogo. Rsrs

Mas joguei bastante mesmo depois que o meu eterno love/meu marido, resolveu aprender todas as regras de D&D4 e criamos um grupo para algumas aventuras. Sempre joguei como player, e na única vez que tentei mestrar me perdi bonito com a quantidade de players para administrar. Hahaha

Foto da mesa da nossa GameDay
Já era uma promessa antiga fazer uma Gameday para apresentar o conceito do RPG para o Felipe, Mateus e o Fábio, o problema é que com o tempo mais apertado, muito trabalho por fazer, o meu mestre favorito não estava podendo assumir esse compromisso, então restava a mim, criar coragem para mestrar alguma coisa para eles.

Depois de muito protelar, agora em janeiro e fevereiro fizemos a tão prometida GameDay, foram dois dias e dei sorte que no primeiro dia o meu marido podia mestrar, mas no segundo foi por minha conta, e é sobre isso que resolvi falar aqui.

Eu nunca fui uma player muito interpretativa, e como mestre percebi que aconteceu a mesma coisa. Diferente do Nandu, que entra na cabeça do personagem e faz caras e bocas, vozes e gestos, eu fui uma mestre mais contida, até mais perdida com a ficha de monstros. Ao mesmo tempo sei que isso pode se melhorar com o tempo e experiência, mas teve 3 coisas que eu tive mais dificuldade de lidar que vou listar aqui.


1- Improvisação

Por mais que o jogo tenha um roteiro, as escolhas e atitudes dos jogadores são bem imprevisíveis, e ter a imaginação e raciocínio rápido para contornar situações e responder perguntas  foi uma das coisas que mais me pegaram enquanto mestrava. Afinal eu precisava lidar com isso sem contar o destino da história e ao mesmo tempo dar as respostas que fossem condizentes. Nisso entra também a interpretação dos monstros e NPCs, que simplesmente esqueci de fazer quando entrei no encontro (encontro é a batalha do momento, luta). #QueVergonha

2- Metajogo

Metajogo é um termo que usamos para denominar quando um jogador tem um conhecimento sobre o jogo e transfere automaticamente para o personagem, ou no meu caso, quando o mestre induz seus players. Lembrando que esses dois são distintos e tem conhecimentos diferente, como o Guilherme falou muito bem no blog Cogumelando.
"A primeira coisa que deve ficar clara é que um personagem é um ser que tem vida própria, história própria, certos padrões de pensamentos e de emoções. Outro ser totalmente diferente é o jogador, que tem a sua própria maneira de pensar e agir. O jogador deve saber separar muito bem quem ele é, e quem é o seu personagem, tal qual um ator de cinema ou de teatro o faz.Um erro muito frequente cometido por jogadores iniciantes (ou até mesmo jogadores experientes desatentos) é misturar o conhecimento que um personagem tem junto dos conhecimentos que um JOGADOR tem. São duas coisas completamente opostas que afetam bastante numa história, se misturadas!" - Guilherme Marsolla em Falando sobre RPG #10
Eu sabia da história, sabia o que era preciso fazer e o que não se deveria fazer, e em muitos momentos foi difícil não falar mais do que devia, ou até mesmo induzir os players a tomar determinadas decisões. Tive muita dificuldade e em muitos momentos percebi que estava usando de metajogo para influencia-los em momentos que não era necessário. Com certeza isso eu preciso melhorar.


3- Difícil decisão de Matar ou Ajudar o Grupo

Eu nunca fui muito boa nos dados, eles não costumam gostar de mim, mas nesse GameDay eles estavam meio que do meu lado, ou o meu karma foi transferido para os players. Hauhau

Foi muito engraçado ver eles penando para matar dois Hobgoblins, tive que segurar muito os ataques para não mata-los logo no primeiro encontro, afinal queria que a diversão continuasse. Por ser uma Gameday só tinha 3 encontros e no segundo eles escolheram justamente o caminho para o chefão, já sabendo o quanto eles tinham penado no primeiro encontro, segurei de cara os ataques e monstros do segundo encontro, mas dessa vez eles tiveram sorte nos dados e mataram o chefão sem grandes esforços. o__O Mas faltava o último desafio, salvar os reféns sem ativar a armadilha, e a partir daí que a coisa desandou.

Eles sofreram tanto com os dados que foi muito difícil de ajuda-los, eu estava acertando ataques fortes e ao mesmo tempo eles não estavam com sorte. Depois que 2 estavam abatidos e os outros não estavam conseguindo se livrar da armadilha eu tinha no meu colo a bomba da decisão: Criar algum artifício para salva-los ou seguir o roteiro e com isso acabar matando todo o grupo e falhar a operação de resgate. Esse com certeza foi a decisão mais difícil do dia, foi a escolha que mais demorei para tomar, e acabei decidindo por matar todo o grupo. =(

Esse foi o meu relato bem simplificado sobre essa minha experiência de Mestre. Se quiser ver o outro lado dessa história vai lá ler o post do Felipe - Middangeard e do Mateus - Porão da Leitura.


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